Em uma visita significativa a Kiev, o primeiro-ministro português António Costa anunciou um novo pacote de apoio financeiro à Ucrânia, consolidando o compromisso da União Europeia (UE) com a nação devastada pela invasão russa desde 2022. Costa esteve ao lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, num encontro que marcou o primeiro dia do novo mandato do político português à frente do Conselho Europeu. A visita, que também contou com a presença da alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, e da comissária europeia do Alargamento, Marta Kos, reforçou a solidariedade europeia com a Ucrânia.
Durante a conferência de imprensa realizada no Palácio Mariyinsky, Zelensky reiterou um pedido urgente: o convite para que a Ucrânia se junte à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). O presidente ucraniano afirmou que a adesão à aliança militar não é apenas desejada, mas “necessária” para a sobrevivência do país. Para Zelensky, a entrada da Ucrânia na NATO garantiria a segurança do território e das negociações com a Rússia, especialmente em relação a um possível cessar-fogo.
“O convite da Ucrânia para aderir à NATO é necessário para a nossa sobrevivência”, disse Zelensky, destacando a importância de garantir a estabilidade e segurança para o país no cenário geopolítico atual. Ele afirmou que a adesão à NATO não só proporcionaria proteção militar, como também ajudaria a reforçar a posição da Ucrânia frente à ameaça russa.
A adesão à NATO, de acordo com o presidente ucraniano, seria a chave para um processo de negociações que pudesse culminar num cessar-fogo, uma vez que o país continua a enfrentar os ataques incessantes da Rússia desde a invasão de fevereiro de 2022. Zelensky também fez questão de destacar que, embora a Ucrânia receba apoio significativo da União Europeia e de outros aliados ocidentais, a nação ucraniana está, em grande parte, a lutar “sozinha” e a proteger, com sua resistência, os valores da UE.
Em contrapartida, António Costa falou sobre o apoio contínuo da União Europeia e reforçou a ideia de que a decisão sobre a adesão da Ucrânia à NATO será uma “decisão geopolítica”, com implicações significativas para a segurança de toda a região euro-atlântica. Costa também expressou a esperança de que, até o primeiro semestre de 2025, a Ucrânia tenha avançado nas negociações de adesão à União Europeia, com a integração gradual do país, começando com a abolição das tarifas de roaming e progressiva conexão com o mercado interno da UE.
Além da questão da segurança, Costa também anunciou mais de mil milhões de euros em apoio financeiro para a Ucrânia, uma resposta à crescente necessidade de recursos para lidar com os efeitos da guerra, especialmente com o inverno se aproximando. Esta ajuda é parte dos esforços contínuos da União Europeia para ajudar a Ucrânia a resistir às consequências da invasão russa e a manter sua infraestrutura, principalmente em relação à energia, que tem sido severamente afetada pelos ataques russos.
O apoio da União Europeia também se estende a áreas humanitárias, militares e políticas, com a mobilização de esforços para fortalecer a resiliência da Ucrânia durante o inverno, que promete ser um desafio ainda maior para a população.
Esta visita de António Costa a Kiev acontece em um contexto de grande tensão, com a Ucrânia ainda enfrentando a agressão russa e com a promessa de mais apoio vindo da União Europeia. A pressão sobre a NATO e a UE para proporcionar garantias de segurança à Ucrânia cresce, especialmente com o apelo de Zelensky pela adesão à aliança militar. O presidente ucraniano está determinado a buscar a integração total da Ucrânia ao bloco ocidental, como um passo necessário para garantir um futuro seguro e próspero para o país, longe da ameaça russa.
A visita de Costa à Ucrânia, acompanhada por outras figuras importantes da União Europeia, mostra um forte compromisso de apoio à nação, tanto em termos de ajuda financeira quanto no apoio a uma eventual adesão à NATO e à União Europeia. No entanto, o caminho para a integração plena da Ucrânia ao ocidente parece longo e complexo, com decisões geopolíticas críticas a serem tomadas nos próximos anos.
Enquanto isso, a guerra na Ucrânia continua a impactar profundamente a região, e os esforços de recuperação e de resistência são apoiados por aliados internacionais que continuam a garantir a ajuda necessária para a Ucrânia resistir à invasão russa e alcançar uma paz duradoura.